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A Tradener fechou os cinco primeiros meses deste ano com 4,3 milhões de MWh de energia exportada para Argentina e Uruguai. Esse é o volume mais alto dos três anos. A empresa já havia fechado o ano de 2022 com o seu maior índice de exportação de energia registrado em um ano para o Mercosul com 4 milhões MWh, número acima do volume registrado em 2020 que foi de 308 mil MWh.
De acordo com o CEO da empresa, Walfrido Ávila, o volume total no ano não é possível de ser avaliado, pois depende muito da demanda por energia daqueles dois países. Ele relata que a média de exportações no ano ficou em 1.100 MW médios. A capacidade somada das interligações chegam a 2.800 MW médios, ou seja, ainda há espaço, caso haja demanda, de aumentar esse volume enviado do Brasil para lá.
“A questão toda é o preço, é o custo de oportunidade, eles compram energia do Brasil se o preço estiver atrativo, é questão simples de aritmética”, apontou.
No momento a fonte térmica é a única que está enviando energia para o país vizinho uma vez que a energia vertida turbinável (EVT) está praticamente terminada, mas desse volume todo até agora, metade do exportado foi devido à EVT. “O que estamos mandando é a energia térmica uma vez que naqueles países ainda é consumido térmica a GNL que está cara em comparação à térmica brasileira”, comentou Ávila em entrevista à Agência CanalEnergia.
Devido às limitações regulatórias e de conexões físicas de intercâmbio, é permitido exportar energia elétrica apenas para a Argentina e Uruguai. Até porque, lembra ele, são os dois maiores mercados próximos ao Brasil e com quem o país tem conexão física, além do Paraguai, mas este é atendido pela UHE Itaipu. Contudo, ambos representam uma parcela reduzida quando comparado ao Brasil.
“São 1.100 MW médios exportados ante uma demanda no Brasil que gira na casa de 74 mil MW médios. É um volume importante para o país que gera divisas e reduz encargos, mas é muito mais importante para os vizinhos”, compara.
Para o CEO, a integração dos sistemas elétricos entre países acrescenta ganhos de confiabilidade operacional, redução de custos e segurança de suprimento devido à maior disponibilidade e diversificação das fontes de geração. Tais benefícios devem ser permanentemente incentivados e perseguidos através de acordos internacionais duradouros.
Em sua avaliação, para os meses seguintes, poderá haver continuidade desse trabalho principalmente se o próximo período úmido for favorável. E explica que essas condições são fundamentais para que o preço da exportação possa atender os países vizinhos e geradores brasileiros. Esse é um novo mercado que surge na América Latina aproveitando as oportunidades que são pontuais, sempre que o preço for interessante para os envolvidos.